Bluesman: rap, palavra e existência preta em Baco Exu do Blues

Este trabalho analisa um poema do rapper baiano Baco Exu do Blues (2018), presente na música BB King, do disco Bluesman, a partir do que Gilroy (2001) chamou de as joias trazidas da servidão. Diante desse instrumento heurístico, investigo os elementos estéticos constitutivos de uma narrativa afrocentrada que constrói outro lugar para a masculinidade negra. Trata-se de um trabalho bibliográfico que tem como objetivo de problematizar o modo como novas vozes se enunciam a partir do Sul-global, articulando a condição de dupla consciência (Gilroy, 2001) e lugar de fala (Ribeiro, 2017) para escapar das máscaras brancas (Fanon, 2008) de um sujeito específico: o homem negro. Moderno e contemporâneo, esse objeto nos provoca a refletir acerca dos modos de tornar-se sujeito (Mbembe, 2019), por meio da articulação insubmissa de narrativas intersubjetivas que se constituem a partir de fluxos discursivos transatlânticos (Fanon, 2008; Gilroy, 2001; Mbembe, 2019), emitidos pelos atores da diáspora africana.