Reflexões a respeito da raça e do gênero em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

O presente artigo tem como objetivo destacar questões referentes à raça e ao gênero na obra literária Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Trata-se de um recorte da pesquisa de dissertação de mestrado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Formação Docente em Práticas Educativas da Universidade Federal do Maranhão. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo bibliográfico, cuja abordagem é qualitativa, centrado na obra Úrsula, com enfoque nas questões de raça e gênero e suas inter-relações. A escritora estava à frente do seu tempo quando enfatizou, em seu livro, a escravização dos negros sob a perspectiva de uma mulher preta. Abordou ainda a questão da continuidade das formas coloniais de exploração vivenciada pela mulher negra, numa sociedade atravessada por relações raciais e de gênero, onde a Literatura se apresenta como um importante recurso para problematizar essa realidade, na direção contrária dos padrões de dominação e disseminação do conhecimento. Além do protagonismo feminino em suas histórias, Maria Firmina delineou ainda a força da mulher. Seu posicionamento abolicionista tem sido relevante nos estudos literários contemporâneos para a compreensão e ação de uma educação antirracista. Compreende-se, também, que a literatura com temas mais voltados para a realidade do negro pode contribuir para uma sociedade que precisa valorizar suas reminiscências.