Heranças sertanejas da “cultura do couro” na região Tocantina maranhense
Sinopse
Nosso estudo desenvolve-se na região tocantina do Maranhão, “último” sertão colonizado pela frente de expansão da pecuária, no sentido Leste-Oeste, pelos sertões de dentro via vaqueiros da casa da torre da Bahia. De modo geral, a região correspondente ao centro-sul do território maranhense que se enquadra na condição de sertão esteve atrelado ao modo de vida ligado às atividades e aos afazeres da lida do gado e suas correspondências. A carne de “sol” e o “couro seco” foram subprodutos dos mais circulantes e importantes itens comerciais. Portanto, é comum encontrarmos vestígios dessas heranças culturais em várias áreas desse imenso sertão. Aqui, em particular, refletimos de modo geral sobre aspectos dessa cultura do couro e relatamos como um estudo de caso reminiscências dessa cultura nos arredores do munícipio de Campestre do Maranhão, um caso específico de manifestação de cultura imaterial. Há nesse caso um modo de fazer pelas mãos de um sertanejo que curte couros de boi com casca de angico, de forma simples e individual. Nosso objetivo é descrever esse modo de fazer enquanto cultura imaterial, com base numa pesquisa bibliográfica, complementada com a pesquisa de campo: através de fontes bibliográficas sobre a cultura sertaneja e seus legados duradouros e a observação direta com o objeto de estudo e o sujeito envolvido na pesquisa de campo, num período imediatamente anterior à pandemia da Covid-19.